Misgav – Educação Empreendedora

Programa do Departamento Experimental do Ministério da Educação de Israel que oferece a possibilidade de tornar escolas convencionais em escolas empreendedoras, aplicado na Escola de Ensino Fundamental Misgav

Israel tem demonstrado significativo desenvolvimento econômico nas últimas duas décadas. Visto que atividades que incentivam o empreendedorismo são consideradas fontes de crescimento econômico e desenvolvimento social, diversas iniciativas nesse âmbito estão sendo realizadas. Nesse cenário, em 2004, o diretor da escola primária Misgav, em Emek Hefer, decidiu aplicar um processo de desenvolvimento com o objetivo de transformar a escola em uma escola empreendedora experimental, através de um programa do Departamento Experimental do Ministério da Educação.

Para implementar o programa, a Misgav recebeu financiamento adicional e um mentor que auxiliou com as mudanças nos currículos, que passaram a incluir novos temas, como artes, música e ecologia, visando diversificar o ensino e estimular o pensamento criativo, e com a implementação de todo o programa durante um período de cinco anos. O programa incluiu atividades como formação de professores (através de palestras e workshops), cursos de empreendedorismo para os alunos e atividades de monitoria para desenvolvimento de ideias inovadoras e foi gradualmente envolvendo os agentes locais – os pais, o local, município e representantes da indústria.

Prática: Misgav Entrepreneurial School (Escola empreendedora Misgav)

Instituições:

  • Proponente: Misgav Elementary School (Escola Primária Misgav)
  • Executora: Experimental Department of the Ministry of Education (Departamento Experimental do Ministério da Educação)
  • Parceira(s): Experimental Department of the Ministry of Education (Departamento Experimental do Ministério da Educação)

Público-alvo: Escolas

Escopo Geográfico: Israel

Referência Temporal: Iniciado em 2005.

Israel tem demonstrado um significativo desenvolvimento econômico nas últimas duas décadas. As políticas governamentais tem apoiado o empreendedorismo a nível individual, empresarial e em nível nacional desde a década de 1990, e realizações empresariais no país são percebidas como contribuintes para o desenvolvimento da economia do país, auxiliando no enfrentamento de crises econômicas, como a crise global de 2008.

Para transformar a escola tradicional em uma escola empreendedora, a diretora utilizou um estratégia top-down clássica. Embora a escola estivesse incorporada em um ambiente institucional de sistema de ensino público onde a escolha se baseava principalmente em proximidade, a concorrência entre as escolas estava continuamente aumentando. O primeiro passo do processo foi a criação de uma “equipe de liderança”, incluindo três professores, o vice-diretor e a diretora. A equipe desenvolveu um programa piloto com foco em dois “empresarial centros “, liderados por dois dos professores que visam dois grupos de alunos do quinto e sexto ano. Ao mesmo tempo, a diretora abordou o Departamento Experimental do Ministério da Educação, a fim de juntar-se à comunidade de escolas de experimentais.A seguir, exemplos de atividades empreendedoras oferecidas pelo programa:

  • Toda semana, os alunos participaram de um curso de duas horas em empreendedorismo como parte do quadro do “centro empreendedor”;
  • Os alunos podiam escolher de qual “centro emprendedor” fariam parte. Os centros foram desenvolvidos em temas como: inglês, matemática, ciência, ecologia, artes, melhorar o ambiente escolar e o envolvimento da comunidade;
  • As atividades em todos os centros foram desenvolvidas com base nos mesmos conceitos, tais como brain-storming, team building, a viabilidade da ideia e os recursos necessários para implementar a idéia;
  • As crianças muitas vezes se aproximaram de parceiros externos para implementar suas idéias (por exemplo, as empresas onde seus pais estão empregados);
  • Os alunos de 5ª e 6ª séries foram envolvidos na orientação dos alunos mais jovens;
  • Alunos da segunda série tinham uma lição a cada semana adicional no desenvolvimento de uma forma inovadora e alternativa de pensar;
  • Como resultado desses centros empresariais, os alunos desenvolveram produtos como jogos matemáticos, “Talk to Me” para melhorar suas habilidades na língua inglesa, uma almofada recheada de ervas, latas de lixo para papel user-friendly, sorvete de ervas e outros. No final do ano escolar, os produtos foram apresentados e vendidos na feira anual.
Em 2007, foi realizada uma pesquisa para avaliar o impacto da transformação de uma escola convencional em uma escola empreendedora. Para isso, foram aplicados questionários em alunos do sexto ano na escola em questão, a Misgav, e em uma escola que não havia participado do experimento, a Haifa. Foram elaboradas perguntas sobre proatividade, preferência por inovação, eficiência indiviual, motivação para resultados e ausência de conformidade. Os resultados mostraram que os alunos da Misgav tiveram uma pontuação significativamente maior nos itens de proatividade, preferência por inovação, eficiência individual e motivação para resultado. Além, disso, expressam a importância do ambiente da organização no processo de transformação a partir de um ambiente convencional para um ambiente empreendedor, pois este podem mudar crenças, valores e atitudes dos alunos.Hoje, a escola, além das salas de aula, também é dividia em três diferentes casas (são duas séries em cada casa) com uma área de lazer que estimula a produção de arte, teatro e jogos diversos. Os mais de 600 alunos continuam sendo incentivados a exercer seu senso de responsabilidade. Não existe mais sinal entre as aulas e os alunos tem liberdade para escolher algumas atividades.

Iniciativas que estimulam o empreendedorismo já foram reconhecidas como agentes de desenvolvimento social e econômico. No caso dessa escola em Israel, a inovação se dá pelo fato de que foi implementada com alunos do Ensino Fundamental, e não do médio, como é comumente aplicado no Brasil.

Observa-se que aplicar esse tipo de programa pode ser também um diferencial competitivo para escolas particulares. Podem também ser aplicados em escolas públicas, com algum tipo de incentivo do governo ou de empresas privadas. Em ambos cenários, é muito importante um apoio financeiro e admnistrativo externo e o envolvimento de toda comunidade escolar. Dessa forma, o incentivo e acompanhamento de atividades no âmbito escolar que desenvolvem o espírito empreendedor tem aplicabilidade no Brasil, desde que receba o auxílio necessário.