Tecnologias Limpas

Tecnologias Limpas capaO estudo de benchmarking ‘Tecnologias limpas’, realizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), apresenta iniciativas de promoção de tecnologias limpas para pequenos negócios em nível internacional, a fim de estimular o surgimento de iniciativas similares no Brasil.

De acordo com a publicação, são denominadas “tecnologias limpas” as práticas que previnem ou minimizam problemas ambientais, tais como o elevado consumo de insumos, a poluição e a geração de resíduos. A principal diferença destas em relação às tecnologias que visam corrigir os problemas ambientais (de “controle corretivo” ou “fim-de-tubo”) está em trazer benefícios econômicos concomitantes aos ganhos ambientais, uma vez que atuam para prevenir ou reduzir a poluição ainda na fonte geradora e concentram esforços na racionalização do uso de recursos naturais.

Devido à natureza dinâmica do progresso tecnológico e às dificuldades das empresas em acompanhá-lo, investir na busca de soluções técnicas prontamente replicáveis é pouco vantajoso porque rapidamente podem se tornar obsoletas. Mais útil é investigar programas e projetos que promovem a melhoria do desempenho ambiental das empresas, identificando os sistemas e arranjos institucionais que viabilizam a adoção de tecnologias limpas.

No Brasil, os conceitos de Prevenção à Poluição (P2), Produção Mais Limpa (P+L), Ecodesign, Ecoeficiência e Design Para Reciclagem (DfR), entre outros, encontram-se em estágio inicial, mas em pleno processo de difusão. Embora estes conceitos estejam mais consolidados nos países desenvolvidos, já é possível identificar um acúmulo significativo de capacidades e experiências no panorama institucional técnico-ambiental nacional.

Desafios e cases – Entre os principais desafios ambientais associados às empresas nacionais, é possível listar:

  • Falta de visão estratégica;
  • Ausência de arcabouços normativos integrados que contemplem agendas coerentes nos campos do financiamento e tributação;
  • Baixo nível de incentivos oferecidos pelos sistemas de licenciamento ambiental e a falta de iniciativas estruturadas de geração e, pelo porte do país, de difusão de informações.

Desse modo, também representa um desafio levar os conceitos e práticas a um volume significativo de público no segmento empresarial.

Neste trabalho, foram analisados cinco programas internacionais de fomento às tecnologias limpas em pequenos negócios:

  • WRAP – Programa de Ação em Resíduos e Recursos (Reino Unido);
  • PRE-SME – Promoção da Eficiência de Recursos em Pequenas e Médias Empresas (Etiópia, Vietnã, El Salvador, Cuba, Costa Rica, Líbano, Sri Lanka, Tanzânia, Quênia e Uganda);
  • BESS – Benchmarking e Esquemas de Gestão Energética em PMEs (Holanda e outros países da União Europeia);
  • Projeto de Minimização de Resíduos no Setor Alimentício e de Bebidas de East Anglia (Reino Unido); e 
  • Projeto de Redução de Emissões em Tinturarias (Colômbia).

As experiências analisadas são diversificadas em termos de motivações, complexidade institucional, abordagem metodológica, nível de investimento, foco técnico-ambiental, abordagem setorial e instrumentos utilizados. Não obstante, todas elas buscam a obtenção de benefícios econômicos diretamente associáveis às melhorias ambientais; a formação de redes institucionais; a existência de atividades de recrutamento e capacitação do público-alvo; a realização in loco de diagnósticos e a implementação prática de melhorias com monitoramento de resultados. Todos esses pontos representam focos necessários à mudança cultural e à efetiva inserção de tecnologias limpas no contexto dos pequenos negócios brasileiros.

Por terem obtido êxito em seus objetivos, no final, todas as práticas apresentadas são indicadas como destino de missões técnicas para ampliar o conhecimento e dar continuidade ao trabalho de benchmarking junto às instituições responsáveis, que se localizam na América do Sul e na Europa, mas estendem sua atuação a diferentes países em desenvolvimento.

 

Serviço
Publicação: Tecnologias limpas (Português – PDF)
Fonte/Autor: Cebri
Ano: 2013