A publicação World investment report 2013 (Relatório de Investimento Global) foi elaborada pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e aponta as últimas tendências nos fluxos e políticas do investimento global. O estudo é feito anualmente pela UNCTAD.

Esta edição revela que o fluxo global de investimentos em 2012 caiu 18% em relação a 2011, passando de US$ 1,652 trilhão para US$ 1,351 trilhão. Essa foi a primeira redução após três anos de recuperação ininterrupta o que contrastou com outros indicadores importantes, como o PIB, comércio internacional e emprego, os quais registraram crescimento positivo globalmente. Sustenta-se que a fragilidade econômica e incerteza política em algumas economias importantes tenha dado origem a cautela entre os investidores.

Investimento Externo Direto – A UNCTAD prevê que o Investimento Externo Direto (IED) em 2013 deve permanecer próximo ao nível de 2012, em uma faixa superior a US$1,45 trilhão – nível comparável com a média pré-crise de 2005-2007. Ao passo que as condições macroeconômicas melhorem e os investidores recuperem a confiança no médio prazo, as corporações transnacionais podem converter as suas participações recordes de dinheiro em novos investimentos.

O fluxo de IED para as economias em desenvolvimento provou ser muito mais resistente do que os fluxos para os países desenvolvidos, mesmo que ele tenha tido uma leve queda em relação a 2012 alcançando a marca de US$ 703 bilhões. Os países emergentes responderam por 52% dos fluxos globais de IED, excedendo o fluxo para economias desenvolvidas pela primeira vez, em US$ 142 milhões.

Os rankings globais dos maiores receptores de IED também refletem mudanças nos padrões dos fluxos de investimentos: 9 dos 20 maiores países beneficiários foram economias em desenvolvimento. Entre as regiões, investimentos para os países em desenvolvimento na Ásia e na América Latina mantiveram-se em níveis historicamente elevados, apesar de sua dinâmica de crescimento ter desacelerado.

BRICS – Os países dos BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – continuaram como as principais fontes de IED entre os países emergentes investidores. Os fluxos destas cinco economias aumentaram de US$ 7 bilhões em 2000 para US$145 bilhões em 2012, representando 10% do total mundial. Suas empresas transnacionais estão tornando-se cada vez mais ativas e competitivas, inclusive as africanas.

Em 2012, o IED para a América Latina e Caribe foi de US$ 244 milhões, mantendo o alto nível alcançado em 2011. Os principais fatores que fizeram com que a região se mantivesse como um polo de investimentos foram sua riqueza mineral, de petróleo, gases e metais em geral e também sua classe média em rápida expansão. No Brasil, o IED para indústrias, como a automobilística, está aumentando em razão das novas medidas de política industrial.

Segundo a pesquisa, o volume de capital destinado ao Brasil, no entanto, ficou praticamente estável: sofreu uma queda de 2% de 2011 para 2012, de US$ 66,7 bilhões para US$ 65,3 bilhões. O país passou a ser o quarto maior receptor global de investimento estrangeiro direto ultrapassando economias europeias, como Reino Unido, Alemanha, Holanda e Bélgica, e asiáticas, como Cingapura e Índia.

Cadeias globais de valor – A publicação apresenta capítulo dedicado às cadeias globais de valor. Cerca de 60% do comércio mundial consiste em comércio de bens e serviços intermediários, os quais são incorporados em vários estágios do processo de produção de bens e serviços para consumo final.

A maioria das economias em desenvolvimento está cada vez mais inserida nas cadeias globais de valor. Para se avaliar essa evolução, a participação dos países em desenvolvimento nas redes globais de valor dobrou de 20% em 1990 para 40% em 2013. Em contrapartida, as cadeias regionais de valor nas economias em transição da América Latina e África ainda são relativamente menos desenvolvidas.

Serviço
Publicação: World investment report 2013 (Inglês – PDF)
Fonte/Autor: UNCTAD
Ano: 2013