Empreendedorismo feminino – escopo de risco

publicacao mulheres EIUEntre 2000 a 2010, o crescimento da renda criada por mulheres na América Latina e Caribe contribuiu para redução de 30% da pobreza extrema na região. O empreendedorismo feminino tem crescido motivado, principalmente, pela identificação de oportunidades de mercado. Todavia, os empreendimentos geridos por mulheres ainda são em sua maioria microempresas que encontram dificuldade de transitar para a economia formal, o que por sua vez limita seu acesso a serviços financeiros formais.

Neste contexto, a Economist Intelligence Unit em parceria com o Fundo Multilateral de Investimento (Fomin), braço do Banco Inter-americano de Desenvolvimento, lançaram a primeira edição do estudo Women’s entrepreneurial venture scope, com objetivo de melhorar a compreensão sobre o ambiente de negócios e sobre os fatores que motivam o sucesso dos negócios femininos na América Latina e Caribe.

O estudo propõe e aplica metodologia que examina os fatores que influenciam a criação e o crescimento de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) por mulheres residentes em 20 países da América Latina e Caribe. O índice criado incorpora as influências positivas e negativas ao empreendedorismo feminino nas cinco áreas a seguir:

  •  Risco de operação: considera o ambiente econômico e de segurança em que todos os empreendedores (homens e mulheres) operam e estão sujeitos a riscos macroeconômicos, de segurança e vulnerabilidade a corrupção;
  •  Ambiente de negócios para o empreendedorismo: avalia os custos e requerimentos regulatórios relacionados à abertura de um novo negócio e a extensão dos programas de apoio às MPMEs, particularmente àquelas ligadas a mulheres;
  •  Acesso a serviços financeiros: mensura a disponibilidade e o uso de produtos financeiros formais por gestoras de MPMEs;
  •  Capacidade e habilidades: considera a disponibilidade e viabilidade de programas tradicionais de educação para as mulheres, bem como de treinamentos nas áreas de negócios e finanças;
  •  Serviços sociais: examina o grau em que os governos fornecem apoio adequado às famílias  para facilitar o empreendedorismo feminino.

Ambientes de fomento – O estudo aponta o Chile, Peru e Colômbia como países que apresentam o melhor ambiente para empreendedorismo feminino. O Brasil ocupa a 10ª posição no ranking. Por um lado, destaca-se em indicadores de serviços sociais e de acesso a finanças. Todavia, ainda é elevada a percepção da corrupção como constrangimento aos negócios, há poucas iniciativas de diversidade para compras governamentais ou encadeamento produtivo.

Entre as principais dificuldades levantadas na região, destaca-se o grau de informalidade, que atinge entre 55 a 91% dos empreendimentos femininos. O setor informal é uma fonte significativa de emprego feminino na região por impor menores barreiras de acesso e maior facilidade para conciliação com tarefas de casa.

Destaca-se também a baixa participação feminina em setores não tradicionais, tais como indústria manufatureira e engenharia da computação. O acesso a serviços financeiros formais é restrito, sendo que na maior parte dos países menos de um terço de todas as mulheres possuem poupança ou conta corrente em uma instituição financeira. As mulheres possuem maior facilidade de acesso ao microcrédito, mas não conseguem acessar formas mais sofisticadas de financiamento.

 

Serviço
Publicação: Women’s entrepreneurial venture scope (Inglês – PDF)
Fonte/Autor: The Economist Intelligence Unit e Fomin
Ano: 2013