A fragmentação internacional da produção em cadeias globais de valor (CGV) desafia a maneira de tratamos a economia global. É essencial entender como as CGV funcionam, seu efeito no desempenho econômico, e quais políticas ajudam a obter maiores benefícios delas.

A publicação Interconnected economies: benefiting from global value chains (Economias interconectadas: os benefícios das cadeias globais de valor) foi lançada em maio de 2013 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Apresenta as principais evidências e implicações dos trabalhos da organização em CGVs nas áreas de políticas comerciais, de investimentos, de inovação, e políticas estruturais. Também discute em que medida os países podem se beneficiar com a participação nas CGV.

A publicação utiliza dados coletados pela iniciativa TiVA (Trade in Value Added – Comércio em Valor Agregado), criada para levantar novas estimativas sobre comércio internacional com base na mensuração do valor agregado, ao invés de em termos brutos.

Oportunidades – As CGV envolvem diferentes tipos de firmas: de multinacionais e suas subsidiarias a fornecedores independentes, incluindo pequenas e médias empresas. A fragmentação da produção criou novas oportunidades para a inserção de pequenas empresas em mercados globais, atuando como fornecedores de componentes ou serviços. A emergência de novos nichos nas cadeias de fornecimento permite também que essas empresas explorem vantagens como maior flexibilidade e agilidade.

Todavia, elas enfrentam desafios em termos de gestão e recursos financeiros; processo de upgrade e de proteção das tecnologias desenvolvidas em casa; falta de escala para investimento em P&D; e treinamento e padrões de qualidade. Neste sentido, os governos podem encorajar o desenvolvimento de laços com multinacionais, desenvolvendo a capacidade de fornecimento, habilidade de inovação e adoção de padronizações.

Grandes economias como o Brasil, China e Índia tem em geral baixo conteúdo de importações em suas exportação se comparadas a países como Malásia e Cingapura. A participação do Brasil nas CGV é dirigida, majoritariamente, pela utilização, por outros países, de bens intermediários brasileiros em suas exportações. As exportações brasileiras representam 1,5% das exportações mundiais em termos de valor agregado.

Serviço
Publicação: Interconnected economies: benefiting from global value chains (Inglês – PDF)
Autor: OCDE
Ano: 2013