A Indústria em 2015

Industria em 2015

O relatório “A indústria em 2015″ da revista The Economist faz uma análise sistêmica sobre a opinião e previsões de importantes executivos da indústria mundial sobre a conjuntura internacional, oportunidades e riscos para negócios em seis segmentos específicos da indústria:

a) Indústria Automotiva: há a perspectiva de recuperação da produção europeia, com a Volkswagen superando a Toyota como a maior produtora de automóveis no mundo. Apesar de uma esperada queda no ritmo de crescimento da economia chinesa, este mercado segue como uma das principais fronteiras de exploração. A perspectiva de baixo crescimento ou mesmo estagnação em alguns mercados emergentes, como o brasileiro, o russo e o indiano, traz dificuldades para que as grandes montadoras invistam nas linhas de produção. Elas deverão focar seus investimentos produtivos nos países da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) e isso poderá acarretar algum impacto negativo à produção brasileira no médio prazo.

b) Bens de consumo e distribuição: prevê-se o aumento da competição intra-setorial, pese a lenta recuperação de mercados consumidores importantes como o europeu, o norte-americano e o japonês. Apesar do desaquecimento sofrido pelos integrantes dos BRICs, há a possibilidade de que políticas macroeconômicas de estímulo ao consumo surtam efeitos ainda em 2015. No entanto, a recuperação econômica ainda é sutil em diversos mercados emergentes, forçando as indústrias de bens de consumo a desenvolver produtos mais acessíveis e as cadeias de distribuição a explorar novas formas de relacionamento com clientes.

c) Energia: a queda dos preços internacionais do petróleo impactará toda a cadeia de energia em 2015, forçando grandes empresas petrolíferas a cortar gastos após anos de bonança. O aumento da produção de gás natural liquefeito de xisto nos EUA e a expectativa de exportá-lo a partir de 2016 pressionará, ainda mais, a queda do petróleo, prejudicando a receita de grandes produtores como a Venezuela e Rússia. Tecnologias limpas deverão ganhar mais destaque no mundo, uma vez que a sociedade internacional está engajada no desenvolvimento do sucessor ao Protocolo de Quioto. A China está mobilizando recursos para a mudança de sua matriz energética para o uso de fontes mais limpas, incentivando a pesquisa e o desenvolvimento de fontes alternativas, como a energia solar e a energia eólica.

d) Serviços Financeiros: o mercado financeiro mostra sinais positivos de recuperação após a crise de 2008-2009. Diversas companhias estão se livrando dos chamados “ativos podres”, recapitalizando-se e saldando dívidas acumuladas com credores públicos e internacionais. No entanto, o cenário de lenta recuperação econômica neste ano trará poucas oportunidades para investimentos produtivos. A possibilidade de recessão econômica no Japão, na União Europeia e em outros países pode comprometer a recuperação financeira de grandes bancos, forçando-os a assumir uma posição mais cautelosa no oferecimento de crédito.

e) Saúde: o cenário para a indústria de saúde é positivo em 2015. Espera-se um aumento do gasto com saúde na União Europeia e a expansão dos planos de seguro de saúde na Ásia, impulsionando indústrias conexas como a de fármacos. A expectativa do lançamento de vacinas para a Dengue o Ebola, ainda este ano, trará novas possibilidades para o combate à essas doenças e o acesso a um mercado multimilionário. O programa de investimento em saúde do Governo Obama estimulará o mercado norte-americano e abrir possibilidades de negócios para fornecedores internacionais. A tendência de reavaliação e modernização do sistema de saúde em diversos países igualmente abrirá novas oportunidades de negócios.

f) Telecomunicações: o aumento vertiginoso da informatização das famílias, em especial nos países emergentes, pressionará as grandes companhias de telecomunicações a investir em infraestrutura para poder atender à demanda. Operadoras menores vêm sofrendo com a redução dos lucros operacionais com produtos tradicionais de comunicação, como chamadas de voz e mensagens de texto. Uma das soluções mais comuns para se baratear custos é o oferecimento de pacotes de serviços, contendo acesso à internet banda-larga, televisão a cabo, linha de telefone fixo e celular. Cada vez mais usuários deverão acessar a internet por meio de dispositivos móveis e muitas operadoras ainda têm que adaptar a infraestrutura para que o sistema não entre em colapso e inviabilize o potencial de negócios de outros segmentos da indústria.

Serviço
Publicação: A indústria em 2015 (Inglês – PDF)
Autor: The Economist
Ano: 2015