Artesanato para a Redução da Pobreza na Mongólia

Projeto na Mongólia organizou uma comunidade com pequenos produtores locais e construiu um estabelecimento comercial com o objetivo de aproveitar os recursos do país e gerar receita para a população.

O Centro de Comércio Internacional (International Trade Center – ITC) tem como missão fomentar o desenvolvimento econômico sustentável por meio do comércio e desenvolvimento de negócios internacionais em países em desenvolvimento. Um de seus programas globais, o Programa de Redução da Pobreza Impulsionado pelas Exportações (Export-led Poverty Reduction Programme – EPRP), tem como objetivo vincular os pequenos produtores à cadeia de valor de exportação e apoiar as comunidades desfavorecidas em atividades de produção de bens e serviços orientados para a exportação. O programa oferece treinamentos em habilidades de negócios de exportação, adaptação dos produtos às exigências do mercado internacional e promove parcerias com outras instituições (como com instituições de microfinanças, por exemplo).

O programa foi implementado em onze países, dentre eles a Mongólia. Foi organizada no país uma comunidade constituída de grupos de produtores locais, que receberam treinamentos e começaram a trabalhar em uma loja construída com o auxílio do programa. O projeto teve como resultado a geração de receita para a população e a criação de postos de trabalho.

Prática: Programa de Redução da Pobreza Impulsionado pelas Exportações (Export-led Poverty Reduction Programme in Mongolia) – EPRP
Instituições:
• Proponente: Centro de Comércio Internacional (International Trade Centre – ITC)
• Executora: International Trade Centre- ITC (Centro de Comércio Internacional)
• Parceira(s): Norwegian Lutheran Mission (NLM)
Público-alvo: Produtores Artesanais na Mongólia
Escopo Geográfico: Mongólia
Referência Temporal: Iniciado em 2004.

A Mongólia possui mais de 24 milhões de cabeças de gado e 10,6 milhões de ovelhas, e, por essa razão, o processamento e exportação de produtos de lã e de feltro representa uma oportunidade de geração de renda e criação de empregos para as comunidades pobres nômades e urbanas. Outra característica observada no país como uma oportunidade de mercado pelo Centro de Comércio Internacional (ITC) foi o grande número de turistas estrangeiros que visitavam a capital Ulaanbaatar, após a queda da União Soviética.
Em 2008, cerca de 440 mil turistas visitaram a Mongólia. Por estas razões, o ITC implementou o projeto EPRP no país, visando melhorar os meios de subsistência de 250 beneficiários, sendo 90% mulheres. Os dois objetivos principais do programa eram aumentar a renda de pastores locais através da abertura de um novo canal de mercado para a lã e gerar renda para produtores desempregados por meio da produção de artigos de feltro e de lã (sapatos de feltro, roupas, capas de almofadas, bolsas, entre outros) na Mongólia.

Em 2004, em pareceria com a Missão Luterana Norueguesa (NLM), o Centro de Comércio Internacional (ITC) implementou o Programa de Redução da Pobreza Impulsionado pelas Exportações na Mongólia. O programa se baseou em três grandes atividades:
• Orientação
• Capacitação
• Acompanhamento
O primeiro passo para a implementação do programa se deu com a organização de uma comunidade, constituída por dez grupos de produtores das províncias de Ulaanbaatar, Darkhan e Selenge. Devido ao grande número de turistas no país, a comunidade inaugurou uma loja de varejo, a Tsagaan Alt Wool Shop, no centro da cidade.
Em um segundo momento, os membros das cooperativas, que começaram a trabalhar como produtores na loja receberam treinamentos e apoio para no decorrer do projeto desenvolver o negócio e tornar a loja interessante para os turistas.
Por fim, o acompanhamento dos resultados auxiliou na expansão da loja de varejo. Inicialmente, a loja vendia todos os tipos de produtos de feltro de algodão, principalmente itens de souveniers. Atualmente, sapatos e acessórios de moda são os produtos mais vendidos.
Outros fatores que mudaram contribuindo para um significativo aumento nas vendas foram:
• Os pontos de venda, atualmente em melhores localidades;
• A instituição de designs inovadores para os produtos;
• Uma rígida política de qualidade; e
O treinamento dos produtores na concepção de produtos de grande utilidade para turistas, como chinelos, para atender a demanda ocidental.

Em 2009, apenas alguns anos após sua inauguração, o volume de vendas da Tsagaan Alt chegou a uma média mensal de US$15.000, beneficiando um total de 300 membros das cooperativas. A loja, hoje, recebe turistas de todo o mundo.
Com a conclusão do projeto, a união cooperativa tornou-se autônoma e, devido ao aumento da produção local pelas vendas no mercado de turismo, a União Cooperativa também iniciou um negócio de exportação com o apoio do Centro de Comércio Internacional (ITC) para Alemanha, Holanda, Noruega, Japão, China, e outros países.
O sucesso do programa EPRP da ITC, na Mongólia, está abrindo caminhos para os produtores de lã do país capitalizarem sobre a demanda de turistas relacionadas aos produtos de feltro e terem sucesso em mercados estrangeiros. Outras empresas da Mongólia decidiram replicar o sucesso da União Cooperativa e já abriram lojas próprias.

O apoio a pequenos produtores é fundamental para o sucesso destes pequenos empreendimentos. A orientação, capacitação e o acompanhamento são fatores que trazem grandes benefícios para os produtores e são essenciais para o desenvolvimento dos negócios de forma rentável e viável. Estes fatores trazem grandes benefícios para os produtores e são essenciais para o desenvolvimento dos negócios de forma rentável e viável. O design inovador dos produtos e um rigoroso controle de qualidade foram dois fatores fundamentais para o sucesso do projeto.
Do ponto de vista de aplicabilidade, o projeto pode ser replicado considerando os fatores de regiões em desenvolvimento que possuem o artesanato como uma das principais fontes de renda.
A compreensão dos fatores envolvidos no contexto onde os negócios estão inseridos possibilita o aproveitamento de oportunidades de desenvolvimento no país, como tornar a loja em um ponto turístico, além do fomento a exportação de produtos para outros países como uma maneira de desenvolver a economia da região.